quinta-feira, 23 de abril de 2009

- III -
Mas não olvidemos: o "pega" de ontem é a expressão de um conflito de duas vertentes do Judiciário. Uma, atrelada às maquinações do poder, sensível ao pragmatismo, a um Judiciário de aparência, de formalismo, de apreciação das liturgias em detrimento da substância, corporifica-se naquela imagem de ministros do STF trocando mensagens no MSN sobre o lobby a favor de um candidato, afinal nomeado, para a vaga aberta naquela corte com a aposentadoria do Sepúlveda Pertence e na arrogância do Imperador. E há a antítese, com a qual se identifica o que nossa Justiça tem de melhor, comprometida com o justo, com o combate a corrupção, com o fim do foro por prerrogativa de função, um Judiciário disposto a ferir. Materializa-se essa corrente na postura tanto menos litúrgica quanto alvissareira do Ministro Joaquim Barbosa, vide o esforço de pôr termo no processo do Mensalão e "desvirginar" (desculpe a expressão) o STF em condenar um corrupto (já é hora, não?).

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