Das coisas mais arraigadas no nosso íntimo é a crença que o casamento não admite fim e que somente pode ser rompido na base da mágoa recíproca, quando não do vale tudo.
Temos a noção de que quase todas as coisas têm início, meio e fim, mas ainda não aprendemos a lidar com a finitude de algo que, por envolver a convivência, em regime de dedicação exclusiva e plantão, de dois seres humanos, está fadado, se não escorado em um amor profundo e rochoso, ao fim.
A intimidade, as divergências, o ronco, a sede de liberdade, dentre outros zilhões de fatores, sufocam vagarosamente o prazer da companhia um do outro, transformando-na em um hábito, quiçá em vício.
Se, desde o início, não somos cientes desta verdade inexorável, e assim estabeleçamos uma dinâmica que imunize o casamento dos ardis do tempo, que revitalize constantemente o desejo, estimule o afeto e a compreensão, fomente a liberdade e, ao mesmo tempo, a cumplicidade, tableau!
O dificil é saber disso desde o começo e assim poder evitar o provável desfecho.
Mas o que me causa mais perplexidade é ver que, mesmo em casamentos em que explícita a indiferença, e sensíveis a decepção, resssentimento e rancor, a inicitiava unilateral do rompímento desafie um lamentável sentimento de posse, arroubos de egoísmo e de incompreensão.
O que está errado, no entanto, é como educamos os filhos. Valorizamos aquela frase bonita do "até que a morte nos separe", nos quedamos na superfície, e nos esquecemos de ensinar que no casamento, como em toda e qualquer relação, a persistência está ligada indissociavelmente à felicidade.
O casamento não é bom porque é duradouro, senão é duradouro porque é bom.
O que está errado, no entanto, é como educamos os filhos. Valorizamos aquela frase bonita do "até que a morte nos separe", nos quedamos na superfície, e nos esquecemos de ensinar que no casamento, como em toda e qualquer relação, a persistência está ligada indissociavelmente à felicidade.
O casamento não é bom porque é duradouro, senão é duradouro porque é bom.
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