sábado, 20 de agosto de 2011

Egoísmo ou Altruísmo

Afinal o que vimos fazer aqui neste plano?
Desculpe a pergunta profunda, assim, de supetão.
Se viemos para cá, para amar (e ser amados) ou sofrer, é mais ou menos a indagação que sintetiza o dilema filosofal de nossa curta encarnação.
E se somos isso mesmo, espíritos em uma carne, melhor que soubéssemos exatamente a que direcionar nossas vidas, até porque lá se vão 41 anos, 1 mês e 8 dias da minha, e eu ainda não consegui compreender bem o que estou fazendo por aqui, a que e para que eu sirvo.
Acho que todo mundo que desavisadamente caiu neste blog já deve ter se torturado algum dia com a percepção que nossa estada terrena é levada por circunstâncias que não temos o mínimo domínio e para as quais, mesmo com nossa racionalidade e o tempo dispendido em elucubrações, vamos desperdiçando em condicionamentos, como um veleiro que se deixa levar ao sabor dos ventos, ou, na falta deles, estaciona, sem um leme, uma rota, sem noção de barlavento e sotavento. É meio clichê, mas paciência. As coisas em verdade são simples, nós é que complicamos, e talvez por isso os clichês existam e nos sirvam.
Laurence J. Peter, que eu não tenho a mínima ideia de quem seja, disse que “se você não para onde está indo, provavelmente vai acabar em outro lugar”. Tu tens, de fato, a dimensão do rumo que tua vida está tomando? Este rumo tu traçasse ou és um dos tantos escravos das conveniências, hipocrisias e perfídias do que convencionamos denominar de destino?
Aliás, a palavra destino vem da negação mesma de tino, de raciocínio, de tirocínio, de domínio pela inteligência.
Estamos aqui , afinal, para vivermos segundo nossos apetites, vontades, amores, paixões e erros, ou nos contentarmos em ser um elo, de uma corrente composta de várias pessoas, pensando no que é melhor para elas e no que é mais harmônico ou menos difícil de suportar?
Vejo que quando alguém decide correr atrás de uma vida que represente felicidade é visto sobretudo como egoísta, porque o que se espera é que nos preocupemos primeiramente em pensar em todos e na estabilidade, nem que seja da tristeza.
No fundo, no fundo, se agarrássemos a felicidade à unha, seríamos muito mais capazes de fazer felizes todos que nos cercam. Talvez esse seja o verdadeiro altruísmo, irradiar a felicidade, compartilhar o prazer, o amor, o riso.
Amor é renúncia sim, mas da infelicidade.
Eu renuncio a ser infeliz ou meio feliz.
Porque ninguém é culpado senão de sua própria infelicidade ou de não ser generoso com a felicidade alheia.



Dedicado ao Mestre Fernando, sempre generoso com a felicidade de todos.

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